Unidade I
Atividade
Os períodos ou movimentos literários caracterizam-se por apresentarem marcas e elementos particulares, subjetivos e, ao mesmo tempo, em comum com várias produções de escritores. Sendo o Quinhentismo o primeiro movimento literário do Brasil, como ele pode ser caracterizado em termos de produção literária?
Por todas as manifestações literárias no Brasil durante o século XVI.
Correta. Normalmente, são denominadas de Quinhentismo todas as manifestações literárias que aconteceram no Brasil durante o século XVI, logo após o Descobrimento do Brasil. O início da colonização coincidiu com o momento áureo da literatura quinhentista portuguesa, tendo como seu principal representante, o mestre Camões. A preocupação com a espiritualidade dos povos nativos e dos portugueses que estavam no Brasil conduziu à chegada de expedições com padres jesuítas em 1549, meio século após o descobrimento. Eles foram responsáveis pela catequese dos índios, além dos ensinamentos da língua portuguesa e da doutrina cristã nos colégios que fundaram logo após a chegada desses padres. Na verdade, houve uma imposição cultural à qual os indígenas não tinham outra escolha a não ser se submeterem a tais ensinamentos. Isso resultou em um desrespeito com os princípios básicos da cultura indígena que tinha suas regras próprias. Os jesuítas simplesmente desconsideraram o rico conjunto de mitos e lendas dos nativos. Esse aspecto peculiar da cultura dos índios só passou a ser observado e valorizado, em aspectos literários, alguns séculos depois, com poesias e romances do indianismo romântico, por exemplo.
Somente pelas produções dos padres jesuítas.
Incorreta. Os padres jesuítas escreveram muitas obras sobre o Brasil, sua natureza e seus habitantes, por exemplo, as Cartas, de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, com obras produzidas na segunda metade do século XVI. Iniciou-se, então, com a chegada dos jesuítas e as suas produções, o período que ficou conhecido como literatura dos jesuítas. Em termos estéticos, as produções dos jesuítas foram consideradas as melhores do Quinhentismo, mas, não foram somente essas produções que caracterizam o movimento Quinhentismo.
A carta de descobrimento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha.
Incorreta. Costuma-se conceituar de literatura de informação as produções do Quinhentismo, desde o início do período de colonização. A “informação” era a função principal dos escritos de qualquer natureza dos portugueses que aqui chegaram, já que eles tinham a obrigação de comunicar, por meio de descrição minuciosa, tudo o que tinham encontrado em solo novo. Assim também ocorreu quando houve a descoberta de outras terras no período das navegações. As produções escritas neste período eram os relatos de viagens, depoimentos e os documentos com registros descritivos das novas terras. A primeira produção de que se tem notícia é a Carta de achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha (abril ou maio/1500), endereçada a D. Manuel I, atual rei de Portugal na época. A carta foi escrita, aproximadamente, quando a frota de Pedro Álvares Cabral se programava para seguir do Brasil à Índia. No texto, Caminha informa sobre o descobrimento do Brasil, fixando-se principalmente na descrição dos nativos, seus aspectos físicos e comportamentos apresentados. A carta é considerada parte do Quinhentismo, mas não consegue definir somente por ela mesma o movimento.
Apenas pelas obras: Diário da Navegação da Armada que foi à terra do Brasil (1532), de Pero Lopes de Sousa e o Tratado descritivo do Brasil (1587), de Gabriel Soares de Sousa.
Incorreta. As produções escritas neste período do século XVI eram os relatos de viagens, depoimentos e os documentos com registros descritivos das novas terras. Essa produção ocorria inicialmente pela obrigação, pela necessidade de transmitir informação para a Coroa portuguesa sobre as novidades e particularidades do país descoberto. As duas obras citadas fazem parte da literatura de informação, agregada ao movimento Quinhentismo, mas não definem sozinhas, o movimento.
Pela produção de Luiz Vaz de Camões.
Incorreta. Camões relaciona-se à história literária brasileira apenas porque o início da colonização do Brasil coincidiu com o momento áureo da literatura quinhentista portuguesa, sendo seu principal representante da literatura, mas não faz parte da produção literária brasileira.
Atividade
A primeira missa realizada no Brasil marcou tanto o início de nossa história, enquanto país, quanto o início de nossa literatura, pela produção literária advinda desse momento. Tendo isso em vista, podemos afirmar que a principal relevância literária, social e histórica da carta de Pero Vaz de Caminha, escrita ao rei de Portugal D. Manuel I, deve-se ao fato de:
relatar a importância e superioridade dos portugueses que participaram da missa.
Incorreta. Apesar de relatar, de certa forma, a superioridade dos portugueses que participaram da primeira missa no Brasil pela narração onde os índios deviam imitar todos os gestos realizados pelos portugueses nos rituais religiosos da missa, não é essa a principal relevância que temos da carta escrita por Pero Vaz de Caminha.
servir como uma reflexão em torno da religiosidade brasileira e da imposição cultural aos índios na época do descobrimento.
Correta. A realização da primeira missa em solo brasileiro se tornou um marco histórico do nosso país. Esse fato também pode ser visto como uma manifestação interessante para a reflexão em torno da religiosidade brasileira e da imposição cultural. A missa foi realizada no dia 26 de abril de 1500 na praia da Coroa Vermelha, Porto Seguro, litoral Sul do país. Foi narrada pelo escrivão por Pero Vaz de Caminha em carta ao rei de Portugal, D. Manuel. Frei Henrique e mais alguns clérigos celebraram a missa que contou com a presença de cerca de mil homens entre marinheiros, oficiais e os índios que acompanhavam com surpresa o que acontecia. Eles imitavam os gestos ritualísticos da cerimônia e demonstraram respeito (o que não aconteceu por parte dos brancos). Isso fez com que Vaz de Caminha acreditasse na facilidade da “conversão” dos índios e a insistir pela rapidez em batizá-los. Logo após a cerimônia os sacerdotes narraram a chegada dos portugueses
narrar a natureza do Brasil e como eles poderiam conquistar os recursos naturais.
Incorreta. Apesar de Pero Vaz de Caminha citar a natureza do Brasil como um fator importante para novas conquistas dos portugueses, o principal legado da carta sobre a missa foi o de refletir sobre como a religiosidade foi importo e como a cultura religiosa católica foi incorporada aos costumes dos nativos da região.
destacar a importância da igreja católica em todos os lugares conquistados pelas expedições portuguesas.
Incorreta. Embora a exaltação sobre a religião católica tenha tomado bastante destaque na carta de Pero Vaz de Caminha, mais que destacar a importância dessa religião em nossas terras, foi a de relatar sobre a imposição da religião aos índios e sobre como se deu essa imposição na época do descobrimento, feita através da imitação dos índios aos rituais e gestos realizados na missa pelos portugueses.
apresentar a inferioridade dos povos que viviam aqui, a fim de enganá-los para adquirir suas riquezas naturais.
Incorreta. De fato, a “ignorância dos índios” é citada na carta de Pero Vaz de Caminha e a conquista das riquezas naturais brasileiras é algo que, aos poucos, vai sendo incorporada no discurso da carta, muitas vezes, deixada nas entrelinhas, mas o que mais podemos perceber como sendo relevante na carta é uma reflexão em torno da religiosidade imposta e da cultura portuguesa, a qual os índios tiveram que se adaptar.
Atividade
Costuma-se conceituar de literatura de informação as produções do Quinhentismo, desde o início do período de colonização. Tendo isso em vista, qual era a principal função dessa literatura?
Pedir informações sobre Portugal e sobre o que os expedicionários portugueses deveriam fazer no Brasil.
Incorreta. A função era de repassar as informações do Brasil, relatando e descrevendo todas as impressões e detalhes sobre a nova terra.
Dar informações aos índios sobre Portugal e o restante da Europa.
Incorreta. Os portugueses não tinham a função de informar os índios sobre a terra deles, tampouco, sobre o restante da Europa. A intenção da literatura de informação era a de informar os portugueses sobre a vida dos índios e dos recursos que encontraram aqui.
Informar, de forma preocupada, sobre a situação que os índios estavam vivendo e a saudade que os portugueses tinham das famílias e da terra que deixaram para trás.
Incorreta. Não era função da Literatura de informação informar sobre o modo de vida dos índios, considerando como uma preocupação dos portugueses em relação a isso, mas, somente, para descrever o que haviam encontrado de diferente na vida dos nativos encontrados com a descoberta de um novo país. A saudade da terra natal é presente em outro tipo de literatura também, não na literatura de informação.
Informar a Portugal sobre a nova terra, descrevendo e relatando cada detalhe da natureza e dos nativos e transmitir qualquer informação que seja válida à Coroa.
Correta. A “informação” era a função principal dos escritos de qualquer natureza dos portugueses que aqui chegaram, já que eles tinham a obrigação de comunicar, por meio de descrição minuciosa, tudo o que tinham encontrado em solo novo. Assim também ocorreu quando houve a descoberta de outras terras no período das navegações. As produções escritas nesse período eram os relatos de viagens, depoimentos e os documentos com registros descritivos das novas terras. Essa produção ocorria inicialmente pela obrigação, pela necessidade de transmitir informação para a Coroa portuguesa sobre as novidades e particularidades do país descoberto. Também muitos faziam esses registros por opção pessoal, devido a própria novidade e diversidade desse “novo mundo”. Tratou-se, então, de uma literatura realizada no Brasil, sobre a Colônia e escrita pelos portugueses, ou seja, apresenta a visão e as ambições do europeu em novas terras e diante de riquezas. Dessa forma, ainda não se tratava de uma literatura totalmente brasileira porque não era produzida com a visão do brasileiro. As formas e gêneros textuais variavam entre a carta, os tratados, as descrições informativas da terra, das florestas e dos índios, os diários, as crônicas, escritas pelos navegadores, jesuítas ou missionários.
Veicular informações erradas e idôneas sobre o Brasil, a fim de que outros portugueses não viessem ao país.
Incorreta. Pelo contrário. A função da literatura de informação era de repassar o máximo de detalhes e de informações possíveis sobre a nova terra encontrada, a fim de que outros portugueses viessem para coroar a descoberta e povoar o Brasil. De fato, alguns relatos foram exagerados e com uma visão romantizada da terra, mas não com a intenção de omitir ou mascarar as características da nova terra.
Unidade II
Atividade
Pode-se dizer que o Barroco foi um movimento artístico amplo que se iniciou nas artes plásticas e depois se estendeu para a literatura e música. Tendo isso em vista, assinale qual alternativa corresponde à característica principal desse movimento.
Apresentou a síntese dos ideais opostos, com aspectos contraditórios, incertos e de dualidade (entre céu e inferno, divino e humano etc.).
Correta. O movimento Barroco é um movimento caracterizado, principalmente pela dualidade de sentimentos e emoções, muitas vezes destacando o pessimismo, a ironia, o amor não correspondido, os crimes e deslizes cometidos, a contradição, enfim, a vida no seu lado mais primitivo.
Era simples, objetivo e transparente à serenidade dos aspectos humanos.
Incorreta. O Barroco não era um movimento com características simples. Tanto na arquitetura, quanto na escultura, pintura e literatura, a arte barroca se mostrava com recursos que envolvia o exagero, o rebuscamento e a subjetividade.
Tinha características bucólicas e pastoris, inclusive, seus autores apresentavam pseudônimos ligados à natureza.
Incorreta. Essas características são ligadas ao Arcadismo e não ao Barroco. O movimento árcade possuía em sua premissa características relacionadas à natureza, ao ar bucólico e pastoril e seus principais autores utilizavam pseudônimos para adentrarem nesse ambiente de natureza.
Exaltava a beleza humana, de forma clara e direta.
Incorreta. O movimento Barroco não exaltava a beleza humana, muito menos se mostrava de forma clara e direta. Muitas de suas obras eram dotadas de críticas, sátiras e ironias e apresentavam uma ordem inversa e indireta, o que dificultava a clareza das informações.
Preocupava-se em transmitir uma imagem da natureza e da simplicidade da vida, de forma sempre positiva.
Incorreta. As obras do movimento barroco, muitas vezes, eram carregadas de dualidade, de incertezas e inseguranças, do amor não correspondido, diferente do Arcadismo, onde a simplicidade da vida era mais retratada. A mensagem da literatura barroca beirava, muitas vezes, o pessimismo da vida e todos os sentimentos dúbios que as pessoas podem viver.
Atividade
Gregório de Matos é reconhecido pela maioria dos estudiosos e críticos como sendo o primeiro poeta da literatura brasileira. Sua biografia é marcada por uma série de desavenças e extradições de um país para outro por causa das sátiras que compunha e direcionava aos padres, às autoridades, e à sociedade em geral. Dessa forma, tornou-se conhecido principalmente pelas poesias satíricas e delas decorreu qual famoso apelido?
Boca de lobo.
Incorreta. O apelido que Gregório de Matos conquistou por suas características foi Boca do Inferno por transmitir tudo de ruim que acontecia na sociedade da época, e não boca de lobo.
Boca do Inferno.
Correta. Gregório de Matos adquiriu o apelido de Boca do Inferno por dar voz aos mais diversos deslizes das autoridades da época em que produzia suas obras, como padres, governadores e pessoas de poder. Ele não tinha medo de denunciar os crimes e utilizava da ironia, do sarcasmo e da sátira para criticar os problemas e os abusos da sociedade em que vivia.
Falastrão.
Incorreta. O apelido de Gregório de Matos foi Boca do Inferno e não falastrão, por denunciar e satirizar os deslizes das pessoas mais poderosas da sociedade que vivia na época em que escreveu suas obras.
Boca de caçapa.
Incorreta. Boca do Inferno foi o apelido dado a Gregório de Matos e não boca de caçapa, por não ter medo de se expressar e de usar “meias palavras” para denunciar os erros e falhas dos poderosos da época, como padres, governadores e autoridades.
O infernal.
Incorreta. Ao invés de “o infernal”, o apelido dado à Gregório de Matos foi Boca do Inferno pelo autor utilizar de recursos e elementos críticos para falar das falhas e acontecimentos de sua época.
Atividade
Para os poetas árcades, a verdadeira poesia deveria surgir da naturalidade próxima da simplicidade pastoril. A proposta desses escritores era a de exaltar a natureza e o ar bucólico dos campos e dos pastos. Tendo em vista essas características, assinale a alternativa que indica somente autores radicados no movimento do Arcadismo.
Cláudio Manoel da Costa, Santa Rita Durão e Padre Antônio Vieira.
Incorreta. Apesar de Cláudio Manoel da Costa e Santa Rita Durão serem autores do Arcadismo, Padre Antônio Vieira é um escritor do Barroco, com importantes obras como cartas, profecias e sermões.
Padre Antônio Vieira, Manuel Botelho de Oliveira e Basílio da Gama.
Incorreta. Apesar de Basílio da Gama ser um autor do Arcadismo, Padre Antônio Vieira e Manuel Botelho de Oliveira são escritores do Barroco, com obras como cartas/profecias/sermões, dentre as mais diversas.
Cláudio Manoel da Costa, Santa Rita Durão, Basílio da Gama e Tomás Antônio Gonzaga.
Correta. Cláudio Manoel da Costa, Santa Rita Durão, Basílio da Gama e Tomás Antônio Gonzaga são todos importantes nomes do movimento árcade. Escreveram obras como Vila Rica, Caramuru, O Uraguai e Marília de Dirceu/Cartas Chilenas, respectivamente, que contribuíram muito para o movimento literário do Arcadismo, cada qual com sua especificidade.
Padre Antônio Vieira, Gregório de Matos e Manuel Botelho de Oliveira.
Incorreta. Todos esses autores são do movimento Barroco e não do Arcadismo, pois escreveram obras com um tom satírico, crítico e dotadas de outras características que divergem do ar bucólico árcade.
Tomás Antônio de Gonzaga, Manuel Botelho de Oliveira e Basílio da Gama.
Incorreta. Apesar de Tomás Antônio de Gonzaga e Basílio da Gama serem escritores árcades e escreverem obras importantes deste movimento, como Cartas Chilenas e O Uraguai, respectivamente, Manuel Botelho de Oliveira faz parte do movimento Barroco.
Unidade III
Atividade
O Romantismo representou um verdadeiro rompimento com a expressão cultural e artística do que havia sido produzido, em termos literários, até o momento em que começou a ser difundido na sociedade. Dentre os principais aspectos da linguagem literária no período romântico estão:
sentimentalismo, egocentrismo e subjetivismo, dentre outros.
Correta. Dentre os principais aspectos do período romântico estão o subjetivismo, o egocentrismo e o subjetivismo, que são elementos fundamentais desse movimento. Eles consistem em:
- Sentimentalismo. O tratamento literário do artista romântico com relação a qualquer assunto (político, social, amoroso, cultural etc.) é sempre por meio da emoção, deixando muito aparente os sentimentos de desilusão, saudade e tristeza nos textos.
- Egocentrismo. O escritor se volta, em seus textos, na maioria das vezes, para o próprio “eu”.
- Subjetivismo. Os assuntos são tratados de forma pessoal, conforme o que o escritor sente, ou seja, retrata a realidade de maneira parcial, somente pelo seu ponto de vista que é subjetivo.
objetivismo, espírito de coletividade e religiosidade, dentre outros.
Incorreta. O movimento literário romântico tinha, dentre outros aspectos, a religiosidade, o subjetivismo, a idealização, o medievalismo e o indianismo. Ao contrário do objetivismo e espírito de coletividade, o romantismo possuía um caráter subjetivo e egocêntrico. O sujeito romântico se preocupava em demonstrar seus sentimentos e fazia isso de forma pessoal.
egocentrismo, objetivismo e simplicidade, dentre outros.
Incorreta. O egocentrismo é um dos aspectos mais marcantes do movimento romântico, pois o sujeito se volta, em seus textos, na maioria das vezes, para o próprio “eu”, para seus sentimentos. Junto a isso, temos outros elementos característicos como o sentimentalismo, a religiosidade, a idealização, o medievalismo e o indianismo. O objetivismo e a simplicidade não fazem parte de suas formas, ao contrário, temos o subjetivismo e uma riqueza de linguagem e de ideais no movimento romântico.
racionalização, religiosidade e medievalismo, dentre outros.
Incorreta. No movimento romântico, a religiosidade e o medievalismo são aspectos recorrentes nas produções literárias de tal período, mas a racionalização não pode ser considerada como tal, pois o tratamento literário do artista romântico com relação a qualquer assunto (político, social, amoroso, cultural etc.) é sempre por meio da emoção, deixando muito aparente os sentimentos de desilusão, saudade e tristeza nos textos.
indianismo, medievalismo e racionalização, dentre outros.
Incorreta. O indianismo e o medievalismo são partes fundamentais nas características do movimento romântico, assim como a religiosidade, a idealização, o egocentrismo e o subjetivismo. Ao contrário da racionalização, temos o sentimentalismo, pois o tratamento literário do artista romântico com relação a qualquer assunto (político, social, amoroso, cultural etc.) é sempre por meio da emoção, deixando muito aparente os sentimentos de desilusão, saudade e tristeza nos textos.
Atividade
O movimento romântico pode ser dividido em três grandes gerações, tendo em vista sua produção literária, organização e características. Dessa forma, assinale aquela definição que corresponde ao byronismo.
Teve como referência Vitor Hugo e se fundava nos ideais de justiça e liberdade social.
Incorreta. Essas características são referentes ao Condoreirismo. Sob influência do escritor francês Victor Hugo o condoreirismo foi uma corrente de poesia com caráter político-social, que se firmou também no Brasil. Em nossas terras, lutavam pela república e pelo fim da escravidão, como também pela:
- Idealização da mulher e do amor;
- Saudosismo;
- Preferência por versos com métricas populares;
- Liberdade formal e irregularidade nas estrofes dos poemas;
- Sintaxe e vocabulário mais simples;
- Uso frequente de figuras de linguagem como a metáfora e comparação.
Os autores dessa geração escreviam textos voltados para uma busca da identidade nacional, portanto, os índios eram personagens típicos dessa geração do movimento romântico.
Incorreta. Os poetas que fizeram parte dessa primeira geração da poesia romântica chamada nacionalista e não byronismo apresentaram textos voltados principalmente para as características de uma literatura própria do Brasil, tratando de aspectos que envolviam a cultura e comportamento indígena para, assim, apresentar uma literatura peculiar.
Trata-se de um jeito particular de ver o mundo que se baseia na vida boêmia, frequentemente noturna.
Correta. O byronismo é uma referência a Lord Byron e corresponde a segunda geração romântica, conhecida também como ultrarromantismo, geração do “mal do século” ou “egótico” que recebeu influências das manifestações góticas da literatura norte-americana. As produções poéticas desse período se caracterizaram pelo extremo subjetivismo que inclusive parecia dissolver as hierarquias (Pátria, Igreja, Tradição) em estados de alma individuais. Também cultivaram uma temática emotiva de amor e morte, dúvida e ironia, entusiasmo e tédio, devaneio, erotismo obsessivo, melancolia, depressão e valorizaram os excessos e hábitos boêmios.
Foi uma corrente de poesia com caráter político-social que se firmou também no Brasil, com a luta pela república.
Incorreta. Sob influência do escritor francês Victor Hugo e dos ideais de justiça e liberdade social, o condoreirismo e não o byronismo foi uma corrente de poesia com caráter político-social, que se firmou também no Brasil. Em nossas terras, lutavam pela república e pelo fim da escravidão, como também:
- Idealização da mulher e do amor;
- Saudosismo;
- Preferência por versos com métricas populares;
- Liberdade formal e irregularidade nas estrofes dos poemas;
- Sintaxe e vocabulário mais simples;
- Uso frequente de figuras de linguagem como a metáfora e comparação.
A principal marca que caracteriza a poesia byroniana é a crítica à escravidão dos negros, a denúncia das condições de vida e o direito pela libertação desses povos.
Incorreta. A terceira geração da poesia romântica, a condoreira e não a byroniana, surgiu em um contexto de crise rural, do lento crescimento da cultura urbana, da repulsa pela moral nas relações entre senhor e servo do Brasil Império. Seus escritores foram influenciados pela obra sociopolítica do escritor francês Victor Hugo. O condor, ave nativa da Cordilheira dos Andes, deu nome a essa geração e está diretamente ligado à ideia de liberdade que se pretendia conseguir em relação aos escravos. A principal marca que caracteriza a poesia condoreira é a crítica à escravidão dos negros, a denúncia das condições de vida e o direito pela libertação desses povos. Destaca-se nesse período a poesia social e a luta pela igualdade, justiça e fraternidade.
Atividade
Dentre as características das produções românticas, os escritores passaram a apresentar, em suas obras, o dia a dia e os problemas vividos pelos próprios leitores da época. Por isso, tornou-se, tanto no Brasil quanto na Europa, o tipo de romance mais lido, desde o Romantismo. De que tipo de romance estamos falando?
Romance Individualista.
Incorreta. Não há uma denominação de Romance Individualista no Movimento Romântico Brasileiro. Os romances são indianistas, regionalistas ou urbanos nesse movimento, e o que se refere à questão é o romance urbano, com uma caracterização que levava em conta o ambiente doméstico e temas mais cotidianos.
Romance Intercontinental.
Incorreta. Não existe essa denominação no Movimento Romântico Brasileiro. Os romances são divididos em romances indianistas, regionalistas ou urbanos. Nesse contexto, é o romance urbano que trata de temas mais rotineiros, ou mais próximos do dia a dia das pessoas, com uma caracterização doméstica e elementos da vida comum.
Romance Indianista.
Incorreta. Com a intenção de criar no leitor o sentimento de nacionalidade a partir dos enredos que tivesses os heróis nacionais, como representações de honra, como o índio, o romance indianista e não o urbano se firmou com obras como: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874), de José de Alencar. O espaço retratado nesses romances é o da selva, da floresta nativa brasileira.
Romance Regionalista.
Incorreta. As características, apresentadas no enunciado, referem-se ao romance urbano e não ao romance regional, as quais devemos considerar as particularidades de cada um dos espaços nacionais que são retratados. Esses espaços que foram se formando a partir da miscigenação entre o índio, o português e o negro, e, depois, também, com todos os imigrantes europeus e orientais que vieram para o Brasil. Esse tipo de romance procurou compreender e apresentar o Brasil, a partir de suas variadas regiões, das diferenças sociais, linguísticas, étnicas e culturais. Como se concentrou nas regiões brasileiras, não havia modelos desse romance no Romantismo europeu para serem seguidos, ou seja, o romance regionalista construiu seus próprios rumos, exigiu maior pesquisa local dos escritores da época sobre a realidade de cada região, diferentemente do romance urbano a que refere o enunciado.
Romance urbano.
Correta. Dentre os principais elementos que compõem os romances urbanos estão:
- Idealização do “amor verdadeiro”;
- Enredo com “final feliz” ou ideal;
- Ambiente doméstico;
- Personagens femininas como protagonistas da história;
- Casamentos e arranjos matrimoniais;
- As relações familiares e seus conflitos;
- Sociedade elegante que segue os modelos europeus;
- Assuntos financeiros como heranças, falências e dotes, por exemplo.
O romance urbano focalizou-se na caracterização ficcional da burguesia, classe social em crescimento nas cidades maiores e preocupou-se em tratar da vida cotidiana e da realidade desses homens que passavam a conviver com o desenvolvimento urbano e com a realidade das cidades, em especial das capitais São Paulo e Rio de Janeiro. A crítica, tanto social quanto política, está claramente presente nesses romances. Esse tipo de romance teve vários escritores e obras que se destacaram, dentre eles, estão: Senhora (1875) e Lucíola (1862), de José de Alencar.